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Terry Jo: A GAROTA QUE SOBREVIVEU 84 HORAS NO MAR

Foto do escritor: Hiandra MotaHiandra Mota

Em novembro de 1961, um caso curioso escandalizou os canais de notícias americanos, depois que o navio petroleiro Gulf Lion, nas Bahamas, encontrou um pequeno bote que rebocava uma jangada no mar. No bote, autoridades se depararam com Julian Harvey, capitão do navio Bluebelle, que acompanhava Terry Jo Duperrault, aparentemente morta.

Depois de embarcar no navio que o resgatou, Harvey relatou que levava a família da menina à Flórida através de um cruzeiro nas ilhas caribenhas. No entanto, uma tempestade teria destruído a embarcação em que estavam. Segundo ele, cinco membros da família Duperrault e sua esposa, Mary Dene, perderam a vida na tragédia. Sem nem pensar duas vezes, contou a mesma história para a Guarda Costeira.

A narrativa teria acabado assim, se um barco, dias depois, não tivesse resgatado uma garota no mar, que se identificava como Terry Jo, a quilômetros de distância. Terry era uma jovem de 11 anos, loira, uma típica menina de classe média. Filha de um marinheiro talentoso, Dr. Arthur, ela estava em meio a uma ambiciosa viagem ao Atlântico com a família. No retorno à Flórida, Terry teria se deitado numa das cabines do interior do convés até cair em profundo sono.

Naquela noite, foi acordada aos gritos de “Ajuda, papai! Ajuda!”, na voz de seu irmão Brian. Passos agressivos também interrompiam o silêncio da embarcação, o que fez a jovem travar de medo por minutos. Quando tomou coragem de sair para ver o que acontecia, descobriu a tragédia: sua mãe e seu irmão estavam mortos, encharcados de sangue.

Ao lado, Harvey caminhava em sua direção, chegando a empurrá-la de volta ao quarto. Chocada e sem saber reagir, ela voltou à cama e ficou paralisada, enquanto ouvia o som da água, que de repente começava a entrar em seu quarto. Morrendo de medo, ela presenciou Harvey a observando com um rifle na mão, enquanto o cômodo enchia-se de água, pois o navio estava afundando.

Harvey já havia sumido quando Terry decidiu sair da cabine e retornar à parte superior do barco. Lá, reencontrou o guia, que fugia em um pequeno barco de apoio. Ele colocou a corda que segurava o bote na mão da jovem e se lançou na água, de maneira a se afastar do barco e impedir que a menina se salvasse junto. Lá ficou ela abandonada para morrer.

Depois que Harvey foi encontrado à deriva e contou sua versão da história, ele foi colocado em suspeita: o homem parecia calmo com a situação traumática, após a morte da esposa e de amigos.

Terry só havia dado seu testemunho aos funcionários da Guarda Costeira, passando a nunca mais tocar naquele trágico assunto. Com uma versão bem concisa do acontecimento, a Guarda declarou que aquela era a verdade sobre a tragédia.

Segundo teoria do escritor Richard Logan, que escreveu sobre os assassinatos no livro Alone: Orphaned on the Ocean (Sozinha: Órfã no Oceano), Harvey teria tentado matar sua esposa pelo dinheiro do seguro o que já havia acontecido outras vezes com suas antigas esposas, mas foi descoberto por algum membro da família Duperrault, levando à chacina. Depois de passada a horrenda história, Terry conseguiu retomar sua vida e constituiu família no Wisconsin. E, surpreendentemente, depois de tudo isso, ela se dedicou em parte à missão de proteger corpos d’água naturais pelos EUA.


 
 
 

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